segunda-feira, março 06, 2006

O homem duplicado

Para os mais atentos: Há coisa de tempos havei sido postada posta de tiragem limitada. Avidez e regozijo intestino levaram a precipitação das nossas partes. Iremos, no entanto, tornar neste momento essa mesma posta mais permanente.
Alargando os seus horizontes estilísticos e criacionais, os Isabelle Chase Otelo Saraiva de Carvalho preparam-se para dar à luz (um dia quando nos aprouver) mais um concept álbum (à semelhança do Manual de Civilidade para Meninas) com lírica externa, de autoria de venerado e reverente fã. Surgirá assim um songcycle bem agradável, com uma capaz e honesta linha condutora, que irá ser, certamente, do vosso agrado. Apresento-vos assim com incontida alacridade, aos menos e aos mais atentos, e sem mais demoras, João Deão, o raincoat man:


Parte I e Parte II 2 em 1

Sempre desconfiei dos que só lambem as pachachinhas. A minha, conheceu língua cedo, por um paneleiro seminarista que, por conto de reis, se esbodegou todo na boca do corpo. Macérrimo, e com um touco em vez de piça, disse a tresandar a morcela, que os caralhitos que chupava na catequese, sabiam ao meu grelo. Desconfiei. Um dia trouxe um amiguinho. Durante uma hora, entremeou potente minetada, com delicado abocanhamento da tomatada do petiz. “lambere humanum est, ergo lambamus”. Dizia.
A verdade é que as declinações latinas ensinaram-lhe a revirar bem a língua naquela prega de cona, em que o cabeçudo espreita, e à conta dessas latinadas vinha-me imperialmente. Tenho saudades do meu primeiro seminarista.

O meu olho do cu nunca recusou tranca valente, e, talvez por isso, seja hoje, como uma ruga funda na bochecha de velho, um leve sorriso de peles secas e esgaçadas. Agasalhou grandes caralhões e obrou ainda maiores cagalhões. A diferença não foi só vectorial. Foi moral. Recordo um cliente. Nunca atestara cona de carne, ia casar-se, e queria, a bem de berlaitadas felizes, saber das linhas gerais das coisas da foda. Mormente da localização precisa da bicha. Deitei-me de barriga para cima, acalmei-o, abri as perninhas, exibi a berbigona, e preparei-me para o foder missionário. Assim, tal qual os padres mandam. O nubente, segurou o caralho com as mãos transpiradas e procurou-me a rata. Porém, encontrou-me o cu. Veio-se, corou de vergonha, agradeceu a ajuda e partiu convencido da sua sapiência sobre a localização da cobiçada senaita. Que bela essa noite, em que, com propriedade, escuta a enrabada mulherzinha a urrar: "oh da guarda, que me esfacelam o cu!"

João Deão

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