Os Isabelle Chase Otelo Saraiva de Carvalho, apresentam como sexta música do seu último álbum, «You say hello and I say Bairrada», «Roque da sopa».
De acordo com o senhor Jacaré, reviewer oficial da banda, esta música «surpreende-nos ao fazer jogar um tema prosaico (como o da gastronomia) com uma voz alienada, reclamando o direito ao plural gosto por sopas diferentes, a refeições diferentes (a metáfora do mundo moderno é óbvia)».
De facto, num mundo cada vez mais padronizado e rotulado, tomamos consciência que há uma menor escolha no que concerne às sopas. Como ouvi aqui há uns tempos, a sopa que mais abunda nos restaurantes por esse país fora é a de legumes e, muitas vezes, transformada num mísero creme. Até a lendária sopa da pedra foi standardizada e é agora vendida como «fast food» em qualquer centro comercial nos arredores sub-urbanos, feita com ridículos cubos de caldo quem nem Knorr devem ser - e muito menos Maggi - e com meia dúzia de bocados de carne do corno da vaca.
É de notar que esta ode à sopa e ao inconformismo faz parte do mais recente filme bloquebâster «Steinz za Movie», que estreou recentemente no Pavilhão Gimnodesportivo de Valverde.
Há 3 anos
2 comentários:
mil obrigados à honrosa referee-ência ao nosso humilde filme Steinz. Disponível no e-mule da cooperativa! Ide missa est!
A sopa da pedra e o caldo verde são dois must's culturais gastronómicos que merecem ser preservados. Bem confeccionados até fazem crescer pelos no peito e enrijecem-nos contra o frio!!! É por isso que não percebo porque é que um gajo quando é convidado para um casamento, tem que gramar, no copo d'água (vulgo boda - que não o monge do Tibete) com aqueles insonsos cremes de marisco ou de supostos legumes. Mais curioso é tais entradas constarem do menu, com nomes pomposos, como consumé ou mesmo crème... Tudo para depois sermos presenteados (e por aí tudo se salva e tais desvarios pseudo avant-guarde se desculpam) com o belo do leitão, que traz sempre uma cenoura nas beiças, ou até mesmo com um colossal sortido de mariscos!!! Será que vivos? Um tema que nos inspira e que nos dá alento para esperarmos por aquela leda madrugada de vitória em que Isabelle, que é couve e tem talo, tomará o poder e reporá a verdade histórica gastronómica deste país! E, nessa altura, teremos bodas como deve ser: com sopa de pedra e caldo verde com tora, assim logo para entrada!!!
PS: Em Tomar, em data que por ora não me ocorre, mas penso que durante o mês de Junho, realiza-se anualmente um Festival de Sopas, em que mediante o pagamento de uma módica quantia, podemos passar uma tarde num sortido périplo pelo mundo das sopas típicas nacionais. Um destino para futuros showcase's de Isabelle?
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