segunda-feira, junho 23, 2008

Antologia do Cadáver Esquisito - Parte III: Cadáver Esquisito em branco

Um livro em branco é um bom livro por assassinar.
E se eu fugisse depois de dar o tiro?
Acho que a bala ia atrás de ti...
Manda-a parar e convida-a para tomar um café.
Talvez no bar debaixo do viaduto-horizonte.
Para ser atropelado por avião voador.
Carrega no botão do semáforo junto à passadeira rolante.
Atravesso perpendicular e depois paro vinte centímetros acima
E vejo a carnificina fascinante das aves de rapina.
Já vejo os abutres debicando metáforas por entre pausas para cigarro.
Ah! Pequenos cilindros de nicotina esvoaçando no deserto da profundidade azul...
Por outras palavras: pequenas profundidades esvoaçando no deserto azul da nicotina cilíndrica.
Quero um arco-íris bêbado. Cada cor vagueando para seu lado numa etilização colorida.
E no fim do arco-íris estará uma caneca de cerveja-dispersão.
E já não estaremos em Carcavelos...
Carcavelos... Caravelas rumando à Índia da semântica.
Quem me dera naufragar em todos os mares ao mesmo tempo...


DJ Couve
O Outro Gajo dos Wham
Corkeriana

1 comentário:

PDuarte disse...

Boa...é da boa com certeza.
Já agora ...pi...pi...pi...pi...pi...o caralho.