quarta-feira, dezembro 06, 2006

Lançamento da Organeta

Como prometido e largamente anunciado, eis que é lançado - coincidindo com o primeiro aniversário deste berloque - o novíssimo álbum-couviano «Grandes Êxitos das Músicas Clássicas e da Canção Portuguesa em Organeta», cujo «singler-tease», «Brahms Antártida é Marca de Chop», já havia sido apresentado.

A crítica oficial do álbum, elaborada pelo «reviewer» encartado da banda, o senhor Jacaré, descreve cabalmente o espírito inerente a este trabalho fenomenológico-conceptualista. Assim - e passando a citar alguns excertos jacarianos - «a faixa inaugural, “Brahms Antártida é Marca de Chop” (...) reporta-nos para um universo onde se conjuga, como só os Isabelle sabem fazer, duas esferas sonoras até então aparentemente inconciliáveis. Ao escutarmos este belo tema, podemos imaginar-nos em Copacabana, bebericando cerveja com o compositor alemão».

«Segue-se “É Verga Rafas de Óleo”, onde desde logo o modus operandi dos Isabelle e seu confronto sonoro nos é apresentado. Depois de Brahms, somos sentados numa duna ao lado de Rui Reininho e sua banda. Só que os nossos pés não são banhados por água do mar, mas sim pela enormíssima qualidade deste grupo de terras do Mondego». (...)

«A faixa que se segue à quarta, que, ironicamente, é a quinta, remete-nos para uma dimensão intrínseca à obra isabelliana: o cariz social. “Nightchopin in Nortechopin I” concilia, numa sagaz crítica à bienséance ocidental, envolta num desenfreado consumismo-espéce, o universo de Freddy Chopin com toda uma morfologia organetal que roça o doentio, a quintessência do talo». (...)

«A pièce de résistance de Grandes Êxitos das Músicas Clássicas e da Canção Portuguesa em Organeta é a faixa com o número que Jardel ostenta nas suas costas. “Dynamic Mutation and its Molecular Cytogenetics Introducing Tim com ar Suíno” (que um dos tais felizardos fãs que ouviu algumas faixas em primeira mão definiu assim: “eu quando oiço essa merda lembro-me do gajo todo inchado, a suar e cantar merda como normalmente”), título claramente influência dos Man or Astro-Man?, traz à discussão a faceta mais científica deste trio. Na verdade, a metáfora do cientista louco adapta-se perfeitamente a esta banda. Ouvindo este álbum, imaginamo-los de volta de tubos de ensaio, supercomputadores e revistas Gina, chegando finalmente a essa fórmula mágica e magnificente que é o seu roque». (...)

«Depois de um ainda recente You Say Hello and I Say Bairrada, que granjeou excelentes críticas no estrangeiro (Fundão e Cabo-Verde compreendidos), os Isabelle Chase banqueteiam-nos com este magnífico Organeta, um álbum que promete bastante. Será que é desta que a indústria discográfica nacional vai abrir os olhos e ver que Isabelle é, de facto, “l’avenir de l’homme”?».

Este álbum está disponível para «download» ou, se preferirem, podem ir aos podcasts ver as vistas.

2 comentários:

o outro gajo dos wham! disse...

Grande review! Aconselho a sua leitura integral com sementes de sésamo no blog do Jacaré!

Anónimo disse...

Couratos! Quais sementes de sésamo...